sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Segredos da Vida


por H. Thiesen 

O segredo da vida não é possuir tudo o que amamos, mas amar tudo o que possuímos.
O segredo de uma vida é valorizar o que temos, dar mais valor à quem realmente gosta de nós. 
O segredo da vida é dar maior importância as coisas alegres e minimizar as tristezas.
É inevitável sentir dor, mas sofrimento prolongado é opcional!
O segredo da vida é não sofrer pelo que ainda não aconteceu, talvez o problema não será tão grande quanto imaginamos ou talvez nem venha a acontecer. E se, grande ele for, necessário é a humildade para admitir um pedido de ajuda. 
Desabafe, mas escute o que outras pessoas tem a dizer, peça um abraço e esfrie a cabeça.
Problemas sem solução, solucionados estão! Não há necessidade para preocupações com eles, nada mais será mudado! 
Perdemos muito do nosso valoroso tempo nos preocupando com coisas, as quais, muitas vezes somente existem na nossa cabeça.
O segredo da vida é não dar tanta importância para as coisas banais, por isso brigue menos, discuta menos, xingue menos e evite os estresses.
Tudo na vida é passageiro, até ela mesmo, nada permanece para sempre. 
Não tente entender as pessoas ou o que elas fazem ou deixam de fazer, apenas as aceitem da maneira que são. Cada um sabe de si e ninguém é perfeito. 
Compreenda que, assim como você, os outros também possuem virtudes e defeitos e são passíveis à erros e acertos.

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Libertação

por H. Thiesen 

Em 1996, eu era uma garota um pouco revoltada. Eu trabalhava como comissária de bordo em uma empresa brasileira, que neste mesmo ano havia expandido seus serviços para todo o território nacional. Era quase final de ano e havíamos perdido em um acidente aéreo alguns colegas de trabalho, eles não faziam parte constantemente da minha vida, eu sequer tinha contato com eles, talvez os tenha visto entre uma e outra viagem, mas particularmente eu estava chocada e a fim de desistir da minha profissão. Medo eu não tinha de morrer, mas aquele acidente me abalou profundamente.
Eu já falava inglês e espanhol fluentemente, por isso, ainda naquele mesmo ano, recebi uma proposta para trabalhar em uma empresa aérea do exterior.
Antes de continuar, gostaria de falar um pouco ao meu respeito. Eu fui uma criança e adolescente normal, com todos os problemas da idade. Meu pai faleceu quando eu tinha quatorze anos e minha mãe começou a trabalhar para sustentar, eu e Bia a minha irmã mais nova, na época com dois anos de idade. Enquanto minha mãe trabalhava no turno da tarde, eu a ajudava na casa e cuidava de Bia e estudava pela manhã. Terminei o fundamental e o segundo grau com muito esforço. Logo depois que terminei o segundo grau, minha mãe resolveu que eu deveria fazer um curso profissionalizante e me inscreveu numa escola para profissionais de aviação, dando o ponta-pé inicial e realizando um dos meus maiores sonhos: Ser uma aeromoça!
Apesar de estar realizando o sonho da minha vida, eu não era feliz, sentia um vazio enorme dentro do meu peito, achava que tudo era muito difícil para mim e para a minha família, resumindo eu vivia revoltada com a vida, algo que não era muito comum, a uma adolescente, criada sob a orientação da Doutrina Espírita.
Até o recebimento da proposta, minha vida e minha opinião sobre as dificuldades, continuaram as mesmas e aceitei ir trabalhar no exterior, mais por espírito de aventura, do que por convicção. Achei que longe, eu poderia ser mais feliz, um pensamento egoísta, pois pensei mais em mim do que em minha mãe e em minha irmã. Por outro lado, eu sabia que financeiramente eu poderia as ajudar de maneira bem melhor.
Embarquei num avião para a Inglaterra e depois fui para a Índia, trabalhar em uma subsidiária e indo morar em um hotel, onde permaneci dois anos e assim inicia a minha mudança de pensamento a respeito da vida.
Inicialmente achei o país medíocre, a cidade imunda e as pessoas muito estranhas. No hotel eu tinha tudo, ar condicionado, boa comida e tudo para garantir o meu conforto, mas bastava colocar o pé para fora, a miséria era gritante (ainda é), sujeira pelas calçadas, pessoas sujas pedindo esmola e amontoadas nas soleiras dos prédios.
Notei, que diferente do Brasil, quando um pobre ganha um pedaço de pão, corre para se esconder e comê-lo sozinho, eles, por mais diminuta que fosse a fatia, dividiam e ela passava de mão em mão e em cada uma das mãos, ficava uma pequena pedaço. Eles dividiam as suas misérias e cada um procurava minimizar a miséria do outro, nada mais, nada menos do que repartir o pão!
O que me chamou a atenção era as crianças, pequenas, raquíticas e mal nutridas. Cada vez que saía ou chegava ao hotel, não podia deixar de olhar para elas. A maioria das vezes, eu apenas sorria e seguia o meu caminho. Certo tempo depois, eu comecei a comprar pão e trazer comigo, cada vez que passava por elas, eu estendia a sacola de papel e uma ou outra criança corria para pegá-la, qualquer uma delas me retribuía com um sorriso e eu fazia o mesmo.
Um dia, antes de sair do hotel, comprei alguns doces e balas, colocando junto aos pães e como costumeiramente, ao pisar na calçada estendi o braço e uma menina veio correndo em minha direção. Ela parou, antes de segurar a sacola, sorriu e me disse, no seu idioma, o qual eu já entendia um pouco:
- Moça, você sabe que eu sou muito feliz!
Surpresa, eu perguntei por quê? Achando que a resposta seria sobre as doações que eu fazia para eles, mas não:
- Por que eu posso ver o teu sorriso!
Ela pegou a sacola, se afastou e foi ao encontro dos outros. Eu fiquei para e com a boca aberta, fui pega de surpresa.
Naquele dia passei o dia inteiro com aquelas palavras na cabeça e elas foram o ponto de partida para uma nova Lena:
- Como eu posso ser infeliz, tendo tudo o que eu tenho e apenas o meu sorriso pode fazer uma criança feliz!
Daquele dia em diante a minha vida mudou, o vazio que eu sentia aos poucos se desfez, a amargura ficou mais doce e a revolta dentro de mim começou a se amenizar! A Leninha morreu e a Helena nasceu.
Algum tempo depois, voltei ao Brasil, para resgatar a minha vida novamente, junto a tudo que tinha deixado devido a minha revolta, para rever meus valores e a minha família e, somente depois, mais amadurecida e sabendo realmente o que eu queria da minha vida, voltei para o exterior, fui morar na Espanha, voltei novamente e algum tempo depois fui morar na Inglaterra. Mas, mesmo com a distância de casa, nunca mais senti a solidão!

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Reencarnação

por H. Thiesen 

O dia tem seu fim com a chegada da noite e torna-se um novo dia com o nascer do sol. Uma estação, depois do seu trimestre respectivo, dá lugar à outra. Com o passar do tempo, as gerações nascem e outras morrem. Os velhos cedem seu lugar na Crosta aos jovens, que envelhecem e cedem seu lugar como os primeiros. A sucessão contínua, como um ciclo de nascimento, morte e renascimento. 
A vida é cíclica e permeia a natureza, embora  ela pareça ser linear. Os componentes de um ser hoje, depois da sua morte, serão os mesmo elementos químicos que farão parte de outro ser no futuro. Na Natureza nada se perde, tudo se transforma e é reaproveitado. Então não é absurdo que alguns investigadores da Antiguidade, tenham analisado a aparente linha reta da existência humana e sugerido que a vida, assim como a Natureza, podem ser ciclos e não um horizonte linear. Várias religiões, filosofias e movimentos adotaram a crença de que a vida é cíclica, ou em outras palavras, de que a reencarnação existe.
Reencarnação, é um conceito no qual a alma, ou um aspecto dela, renasce em vidas sucessivas, sempre em direção de um caminho que leve ao encerramento do ciclo de nascimento, morte e renascimento. A grande maioria das religiões reencarnacionistas considera este o caminho para a purificação e salvação da alma.
No entanto, para os seguidores das religiões cristãs (na sua maioria), judaísmo e islamismo, a ideia da reencarnação parece estranha, pois tais religiões entendem a vida como linear (início, meio e fim). Ou seja, a existência aqui na Terra é apenas um passo que determina a qualidade da vida após a morte, em um local que for estipulado (céu ou inferno). Para quem acredita na existência de uma única vida terrena, seguida de uma vida eterna após a morte, a reencarnação é como uma infindável maratona no lugar de uma corrida de cem metros rasos.
Ao contrário do que todos pensam, o objetivo da reencarnação não é voltar à vida ciclicamente e indefinidamente, mas aproveitar para que cada uma dessas voltas seja o final do ciclo, atingir definitivamente a purificação e não voltar mais, unindo-se aos Seres Elevados e perto de Deus!

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

O poder da Palavra!

por H. Thiesen 

Ele era um renomado orador e palestrante, dizia que gostava de passar adiante o que sabia, ensinar o que havia aprendido e gostava de ser chamado para fazer suas palestras. Mas infelizmente, era era igual a tantos outros, que gostam de paparico, correm atrás da fama e adoram de ter mais e mais ouvintes.
Havia um velho, de idade muita avançada, que gostava de ouvi-lo e onde ele palestrava, o idoso com todas as suas dificuldades, se dispunha a ir e ouvir o que ele dizia. Ora, ele precisava aprender, saber sobre o amor verdadeiro, compreender o que era a tal da caridade!
Ao final de cada palestra, o palestrante arrumava seu material, juntava seus livros e anotações, dirigia-se para a porta de saída, com o peito estufado e orgulhoso, por ter sido escutado e ver o sorriso no rosto dos ouvintes. Sinal que agradou e que foi bem sucedido na sua explanação.
O velhinho olhava-o passar e o palestrante, apesar vê-lo em todas as suas palestras, sequer o cumprimentava, nem mesmo dirigia-lhe um leve sorriso.
Alguns anos passaram e o palestrante, do alto do seu púlpito, notou que o velhinho desaparecera:
- Ora, morreu ou encheu o saco! - pensou.
O palestrante, segui seu caminho, orando e exercitando a sua palavra. Cada dia ficava mais famoso pela sua capacidade de explanação e orgulhoso pelas assistências e audiências que recebia. Logo, recebeu convites para entrevistas em rádios e televisões. Suas palavras iam longe. Já chamavam-no de mestre!
Mas, chegou o seu dia, aquele dia que determina o fim da missão.
Qual foi a sua surpresa! Ele esperava acordar do outro lado em um local prazeroso, cercado de amigos e feliz, afinal, ele achava que tudo o que fez durante a sua caminhada terrena, havia lhe dado merecimento para receber melhor tratamento.
Ele sentiu-se perdido, sozinho e sem saber o que fazer do lado de lá. Logo o desespero tomou conta do seu espírito e acabou por leva-lo à escuridão e a cegueira. Caminhava, pensava e sentia-se cada vez mais sozinho. Esqueceu-se de tudo o que aprendera. Clamava por justiça. Gritava por socorro. Em sua volta somente escuridão.
- Sempre fui dedicado! Ensinei tanta gente e é isso o que eu mereço? Onde estão aqueles que ensinei e que fiz melhorar de vida? São todos uns traidores e me deixaram nessa solidão imensa e nesse vazio sem fim!
Depois de anos de agonia e sofrimento, ele lembrou que podia pedir. E, fez uma pequena prece.
Sentiu por instantes, seu espírito se aquecer e encontrou um pouco de paz. Lembrou-se então das suas palestras, lembrou-se das lições que ensinou e mais uma vez decidiu orar, e disse uma outra prece, a qual retirou de dentro do seu coração.
Ao terminar, viu um ponto de luz e caminhou até ele, cada passo sentia sua fé aumentar, precisava chegar e a luz ficava mais forte. Da luz veio ao seu encontro um ser luminoso, que a sua claridade cegava os olhos e mesmo forçando os olhos, ele não podia ver quem era.
Aquele ser luminoso ao alcança-lo, estendeu-lhe a mão e o palestrante a segurou:
- Você? O velho que assistia as minhas palestras? - Perguntou o palestrante surpreso.
- Sim sou eu, meu amigo! - respondeu-lhe o ser.
- Como? Era eu que ensinava e fiz tanto por tanta gente, fiquei nesta situação? E você, somente escutava!
- Ora meu amigo - respondeu o ser iluminado - eu te escutava, mas vivia conforme tu me ensinavas!

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Reflexões

por H. Thiesen 

Quando a luz do sol
cede lugar ao luar,
tenho reflexões
que me enchem os olhos de lágrimas!
A agitação das pessoas,
o murmuro do mundo,
me trazem reflexões
que molham os meus olhos!
Todos os meus dias,
o ontem,
o hoje,
e o amanhã,
são caminhos que me levam de volta,
de volta a mim mesma,
ao meu eu escondido!
É como uma volta para casa!
Sinto que estou mudando,
a cada hora,
a cada momento,
em cada esperança,
e na vontade que eu tenho para lutar.
E, eu luto para que tudo se modifique,
para que o terrível passe mais rápido,
que a desesperança seja mais curta.
O mundo é um lugar horrível,
mas eu sou parte dele,
mesmo que eu saiba que não sou daqui,
que sou de um lugar bem melhor,
um lugar mais humano,
onde existe a bondade.
Esse mundo é um lugar terrível,
cheio de injustiças,
repleto de egoismo.
Eu não sou daqui,
sou viajora,
uma passageira em trânsito
pela matéria,
e quero findar esta viagem,
terminar o que eu vim fazer.
Seja lá o que for,
mas eu tenho que fazer,
se é para sofrer, pois que seja,
se é uma missão, que eu tenha forças,
se é para aprender, que eu aprenda,
se é para viver isso tudo, que eu viva,
e que eu possa cumprir
do melhor jeito possível
e então poderei ir em paz e feliz!

PENSE NISSO:
Mesmo que a vida não seja fácil, mesmo que tudo pareça errado, mesmo que o mundo esteja sobre as suas costas, não deixe seus sonhos evaporarem, eles não dependem de ninguém e muito menos de posses, lute com todas as forças, se não der para ter tudo o que pretende, agradeça pelo que tem, vá em frente! No mínimo você vai aprender e se fortalecer! Você tem uma missão e somente será feliz se cumpri-la! Viver é como uma escada, um degrau de cada vez, pulá-los é colocar-se em risco. A pressa na subida porde fazer o tombo ser muito pior! Degrau por degrau, um sonho de cada vez, primeiro os mais próximos e fáceis, depois desses os maiores, e eles se tornarão ao alcance das mãos! Lembre-se da escada, cada degrau possibilita alcançar mais alto, cada degrau fica mais perto do topo!

domingo, 31 de julho de 2016

Quando as coisas dão errado!

por H. Thiesen 

Creio eu que, quando algo dá errado, ganhamos duas oportunidades: 
A primeira é aprender como não fazer!
A segunda é aprender outra forma de fazer, para não repetir o erro. 
Na maioria das vezes, as coisas dão errado por nossa própria culpa, que não prevemos e não avaliamos os possíveis resultados. 
O erro e os equívocos, bem ao contrário do que pensamos, existem para nos levarem a um caminho de acertos. Não importa o que somos, o que fazemos, sempre nos darão outras oportunidades, basta-nos enxergá-las e aproveitá-las!
Geralmente, estamos acostumados a enxergar os fatos do dia a dia  de uma maneira superficial, ou seja, de um jeito aparente, considerando que os acontecimentos se apresentam exteriormente.
Quando algo ruim acontece, na maioria das vezes, consideramos um azar, de outro modo se algo bom aparece, classificamos como sorte. 
Nossa visão da vida e maneira de entendê-la é muito limitada, sendo assim, não podemos julgar com assertiva se o que acontece é ou não benéfico, pois não temos capacidade de afirmar qual o significado real do que acontece.
Quase sempre, não vemos a realidade e perdemos oportunidades, pois muitas bênçãos nos chegam disfarçadas de incômodos, bem como inúmeros infortúnios se apresentam mascarados de alegria.
Estamos sujeitos às leis que direcionam os nossos destinos. Nossos dramas, nossas escolhas, nossas venturas, nossos infortúnios e, suas consequências, são regidos pela lei de Causa e Efeito, felizes ou não, imediatas ou tardias, os resultados são assegurados pelo exercício do livre-arbítrio.
O que chamamos de sorte, nada mais é do que o resultado do nossos esforço. Do mesmo modo, azar é a consequência da nossa imprevidência,  da nossa irresponsabilidade e dos nossos erros. O acertos e desacertos refletirão a sorte e o azar no futuro.
Portanto, colhemos o que plantamos! Não existe acaso!
O que chamamos de sorte ou benefício sem esforço aparente é a vida oferecendo uma oportunidade, para que haja uma transformação e crescimento. Sendo uma concessão, se bem aproveitada, com  o amadurecimento e consciência de que fomos beneficiados, deverá haver a retribuição, servindo a outros, que por ventura, necessitem da nossa ajuda. 
O que consideramos azar, pode ser uma provação, para que possamos fazer uma averiguação dos nossos valores e um estímulo ao exercício das nossas virtudes. Se transformado em um impulso evolutivo, é ainda mais difícil de ser aceito, devido ao nosso nível de compreensão.
Um ser espiritualizado não dá importância à sorte ou ao azar, pois sabe que tudo é resultado da semeadura e que recebe da vida o que lhe é benéfico e necessário para a sua evolução.
Com o despertar da consciência percebe-se que a chamada “sorte” é conquistada pelo trabalho, paciência, perseverança e disciplina, pois qualquer outra forma de conquista é ilusão e prejudicial à evolução. As riquezas legítimas são frutos de aprendizado e do trabalho honesto, não sendo assim, é apenas ilusão, desconhecimento das leis de ação e reação e fuga das responsabilidades perante a vida.
Desse modo, sorte e azar deixam de ter qualquer significado, pois são realidades aparentes e o que os proporciona e muito mais profundo e complexo.
A sorte pode ser um instrumento de queda e de sofrimentos futuros e,por sua vez, o azar pode ser um instrumento de evolução mais rápida.
Todos nós, ao longo da caminhada evolutiva, já tivemos as nossas cotas de “sorte” e “azar”, uns mais e outros menos, algumas vezes maior e outras vezes menor, em qualquer aspectos da vida, e devemos nos empenhar no aprendizado, no trabalho, na autotransformação e na renovação interior.
Plantemos bem ou plantemos mal, a colheita é certa na medida e na qualidade que necessitarmos!
A vida é como uma roseira, as flores são lindas, mas também tem espinhos!

domingo, 24 de julho de 2016

Natureza Viva

por H. Thiesen 

É maravilhoso no Ser Humano, a capacidade de criação!
Somos capazes de conceber tantas coisas que a Natureza não está programada para criar.
Essa capacidade inventiva, nos faz responsáveis pela vida, não para matar, mas para dar continuidade à ela.
Essa aptidão, nos traz responsabilidades, como espécie dominante, para ajudar as outras espécies, que convivem conosco e que, de nós depende as suas sobrevivências.
Somos a única espécie capaz de transformar a Natureza, mas nos é necessário de preservá-la, para que ela não caia em colapso e nos leve ao extermínio.
A Natureza é viva, há muito mais tempo do que nós, perto dela somos crianças no início da vida. 
A Natureza responde, com autoridade, à todas as devastações que lhe são impostas, ela tem o domínio completo e irrestrito das Leis de Ação e Reação. A Natureza reage, com competência, à todas as ofensas que lhe são dirigidas, ela é implacável. Destruindo-a, nos destruiremos, mas ela sempre dá outra chance à vida. Já foi assim! Nos dias que ela programou as extinções anteriores, nós ainda não estávamos aqui e a vida tornou a brotar, ou no mínimo, ela poupou algumas espécies!
Cabe a nossa espécie, tão capacitada para evoluir e destruir, preservar a Natureza, para que os dias da próxima extinção, não se tornem um caos, que impossibilite à vida brotar novamente!

segunda-feira, 18 de julho de 2016

A Inveja

por H. Thiesen 

Nossas dificuldades atuais são imensas e por isso, quase sempre, o nosso egoísmo se torna mais forte do que a nossa razão. Necessário nos é,  cuidar dos sentimentos que podem gerar dissabores e nos levarem a uma inércia na nossa evolução.
Entre os nossos maiores defeito, a inveja, resultado primeiro do nosso egoísmo, é o sentimento com maior capacidade de prejudicar a nós mesmo e a quem o direcionamos. Segundo os dicionários esse sentimento é um "desgosto, mortificação, pesar causado pela propriedade ou êxito de outrem, acompanhado do desejo violento de possuir os mesmos bens, ter coragem de tomar as mesmas atitudes, ser como o outro".
A dificuldades para aceitarmos em nossos corações, que ainda sofremos com sentimentos pequenos e mesquinhos como o da inveja, é enorme, devido ao nosso estado e nível evolutivo, mas temos que domá-los ou ficaremos  sempre querendo ou tentando ofuscar o brilho dos nossos irmãos.
No céu existem milhares de estrelas e nenhuma necessita que outra se apague para ela brilhar, o que esconde o brilho das estrelas são as nuvens e que consome estrelas são os buracos negros, mesmo assim as nuvens trazem a chuva para abastecer a vida e o buraco negro as engole para manter o equilíbrio do universo, segundo as leis físicas. Ambos não o fazem por inveja, mas necessidade e naturalidade.
Alguém, um dia, nos aconselhou para que deixássemos brilhar a nossa luz:
- Brilhe a vossa Luz, disse-nos Ele.
Cada um de nós, possui luz própria e quem a possui não necessita apagar a luz de ninguém.
A inveja é um sentimento de antagonismo ao amor, sentimos inveja dos que nos substituem melhor, que fazem melhor do que nós, dos estão melhores do que nós, dos que são maiores do que nós, dos que são mais bonitos do que nós, dos que possuem mais do que nós, dos que possuem o que não temos, A nossa capacidade para invejar é infinita, desde a maneira para acender um simples palito de fósforo, passando pelos atributos físicos, até a maior riqueza que alguém pode ter.
Junto à inveja carregamos e desenvolvemos outros sentimentos e defeitos, passamos a julgar, ter preconceitos, a língua se volta à maledicência e intrigas. A inveja nos faz julgar e falar dos outros, cegando-nos e nos tirando da razão, passando a justificar nisso, os nossos defeitos. Em outras palavras, buscamos razões para disfarçarmos a nossa inveja. Quantas vezes vemos e ouvimos por aí que, se um homem é bonito e cuida do corpo é homossexual, se uma mulher é bela e decide usar roupas que definem o seu corpo é prostituta, se alguém compra uma casa melhor, está roubando do patrão, do governo, se uma mulher subiu de cargo, fez sexo com o diretor, etc, etc, etc.
A inveja é irmão gêmea do orgulho, disfarçados de amigos. Invejamos por que ficamos com o orgulho ferido e não aceitamos o sucesso dos outros. Esse sentimento mesquinho, chamado inveja, é capaz de desencadear ódios, originar guerras e destruir o que causa o bem.
O invejoso é um cego que não mede esforços para destruir, ao pedir um favor cerca-se de bons sentimentos e atenções, mas depois de atendido, apenas lhe fizeram e pagaram pelo que lhe deviam, ou seja, ao fazer um pedido, mostra-se a melhor pessoa do mundo, depois que consegue, vira o prato onde comeu. Amizade para o invejoso é um sentimento que não existe, ele se importa pouco com ela, o seu orgulho fala mais alto, é o verdadeiro "amigo da onça".
Para nos mantermos longe da inveja, melhor é cuidar da nossa própria vida e deixar de virar o olho para a vida dos nossos semelhantes. Precisamos ter o pensamento que somente o nosso irmão e Deus, sabe como ela é na sua intimidade.
Afastar-se da inveja, não significa não senti-la, mas sim, reconhecer suas possibilidades, sua força interior, sua capacidade de vencer a si mesmo. Sentir inveja é natural, é hipócrita quem diz não a ter. Não podemos é nos deixar dominar por ela, deixar que ela se torne um hábito e se transforme num martírio envolvendo pessoas e nós mesmo.
Para encerrar, duas frases que resumem bem o sentimento da inveja e a vontade de vencê-la:
- Onde há inveja não pode haver amizade! (Luiz de Camões)
- O grande guerreiro será sempre o que vencer a si mesmo! (André Luiz/Chico Xavier)
Vençamos os nossos sentimentos mesquinhos, busquemos sempre a harmonização, nos sentindo felizes com as conquistas alheias, aceitando o sucesso e a superioridade do nosso irmão e aprendamos a incentivá-los ao crescimento e progresso.

sábado, 16 de julho de 2016

Tolerância

por H. Thiesen 

Perdoo-me pelas minhas possíveis faltas, 
por que sei que não sou perfeita,
Perdoo quem quer que comigo falte,
por que preciso desse perdão,
Não somos de todo ruins,
Evoluímos com o tempo,
e no tempo necessário,
Não existe ser humano que passe
todo tempo na ociosidade,
e na desarmonia
Mas existe uma palavra que nos auxilia
a romper todas as barreiras do nosso ser:
- TOLERÂNCIA.

Tolerância significa “suportar em silêncio", entretanto a palavra possui outros sentidos:
Enfrentar o contraditório para testar os limites do que acreditamos ou pensamos acreditar. Olhar de frente para o contraponto, que se reflete nas palavras alheias, sem vê-las como adversárias.
Entender que a verdade é muito maior e que ninguém a possui em plenitude. O processo de construção da verdade passa pela capacidade do entendimento entre os indivíduos.
Quem pensa diferente não é nosso inimigo, apenas pensa diferente.
A diversidade de opiniões possibilita, que na lógica da existência, existam respostas contraditórias para as mesmas questões. Assim sendo, podemos estar certos a partir de A ou B, como outros, com outras respostas, também podem estar certos, baseados nas suas filosofias, modos de vidas, costumes, épocas, etc. E, à propósito, também podemos estar todos errados.
Uma condição de escutar, entender e responder sem paixão, sem pré-julgamentos, ou até mesmo silenciar.
Quem concorda conosco não é, por isso, melhor ou mais inteligente, é somente alguém que nos agrada e que tem paridade de pensamento conosco.
A verdade é um paradoxo, perspectivas e pontos de vistas diferentes podem convergir para resultados válidos, mesmo que pareçam contraditórios.
Quais são os nossos limites? São os limites da lei vigente e do respeito pelo outro. 
Devemos fazer, ou ter, um acordo social sobre as conjunturas da convivência, começando por nós mesmos, exercitando a aceitação no nosso íntimo.
Tudo pode ser avaliado e discutido. O requisito essencial para a não-barbárie é aceitar as diferenças, como uma riqueza possível, desejável e recomendável, para que não caiamos em extremismos.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Brilhe a vossa luz!




por H. Thiesen 

Depressão, muitas pessoas sofrem desse mal atualmente e muitas dessas, sem perceber. Por que é uma doença silenciosa, provocada por um profundo abatimento.
Quem nunca passou por algum momento depressivo? Eu mesma, recentemente, vi-me envolvida em um. Não sou depressiva, mas as vezes algumas coisas que acontecem na minha vida, me levam à depressão. Passo então, por alguns dias num estado de abatimento, sem vontade para nada e até mesmo, algumas vezes, perdi a vontade de viver. Geralmente fico assim, por que juntam-se ao mesmo tempo diversos problemas, alguns do passado que não foram resolvidos à contento, outros do presente que possuem soluções drásticas ou difíceis e previsões de futuro, em face desses problemas que me vejo envolta, das decisões que preciso tomar e de como elas se refletirão mais tarde. Desse jeito, vou para dentro do meu casulo e fico por lá um bom tempo!
Creio que lendo esta minha confissão, vocês devem estar se perguntando: 
- Se ela fica assim, como pode afirmar que não é depressiva?
Simples, depois que esses momentos, que podem durar dias, passam, tudo volta ao normal, recupero a vontade, a capacidade de decisão e a alegria de viver. Entrar para dentro desse casulo, para mim é um ato de auto-proteção e de onde só saio quando me sinto segura novamente. Fico por lá até achar uma solução ou que alguma coisa aconteça, mostrando-me uma direção ou apontando para uma luz no fim do túnel.
Mas, esse é o meu momento depressivo, algo muito particular e a minha forma de lidar com ele. Porém para a maioria das pessoas que sofrem do mal depressivo, não é tão fácil assim!
Diferente do momento depressivo ou da depressão passageira, que todos nós temos vez em quando, a depressão é um mal silencioso e se instala aos poucos, deixando pistas e sinais, que são ignorados. O ser humano não percebe que está sendo dominado por ela, causando-lhe tristeza, magoa, remorso, culpa, ressentimento, desinteresse, apatia e sofrimentos de ordem espiritual, ou seja, a depressão ataca primeiramente o ser pensante, que existe em cada um de nós. Aos poucos e sem dar tréguas, o corpo recebe os reflexos do espírito, provocando no indivíduo, cansaço, prostração,  falta de forças e  principalmente, afastando-o da vontade e da alegria de viver.
A depressão necessita de tratamento medico para o corpo físico e do amparo, compreensão e o amor para o espírito, mas também e imprescindível e essencial o alimento espiritual, um caminho de ensinamentos transformadores e de sabedoria. Ambos os tratamentos, em conjunto, formarão um alicerce sólido para que o indivíduo possa ser nutrido, fortalecido, revigorado, elevado, iluminado e curado. São eles, a medicação e os ensinamentos superiores.
A medicação agirá sobre o corpo, diretamente sobre as descargas elétricas do cérebro e sobre a dosagem hormonal e enzimática do corpo, fornecendo equilíbrio à ele, possibilitando maior estrutura e veículo para a mente funcionar de forma livre e apropriada.
 Os ensinamentos superiores são fonte de vida para a alma, impedem as fraquezas, o esmorecimento e a desistência diante das dificuldades ou experiências pela quais a depressão proporciona. Os ensinamentos superiores, quando bem estudados, absorvidos e colocados em prática, dão coragem para a transposição de obstáculos, superação das dificuldades e fazem evoluir os pensamentos, em beneficio próprio e dos semelhantes. 
Como a depressão atinge fortemente o espírito, é necessário a busca de conhecimentos, entendimento dos porquês, aprendizado do uso da sabedoria e a realização dos ensinamentos, que proverão o espírito de saúde, proporcionando a paz e a felicidade e devolvendo a alegria de viver.
A felicidade existe e esta dentro de nós, necessário é, para ela se fazer presente em nossas vidas, a correção de erros, defeitos e imperfeições, substituir nossos pensamentos inferiores por superiores. Para usufruí-la, precisamos lapidar os sentimentos, retirar a casca bruta dos sentimentos mundanos e deixar o brilho do diamante espiritual iluminar a nossa vida, nos utilizando do perdão e do amor, incluindo o amor-próprio e o auto-perdão, ou seja, iluminar o nosso espírito, transformar-nos em seres humanos melhores, repleto de virtudes: BRILHE A VOSSA LUZ!
Essa transformação é gradativa, particular e intransferível, faz brotar no nosso interior a paz, a alegria e a felicidade, que erradamente buscamos do lado de fora. Não é a toa que o poeta romano Juvenal, por volta do ano 60 d.C escreveu: Mens sana in corpore sano! MENTE SÃ EM UM CORPO SÃO! 
Deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são.
Peça uma alma corajosa que careça do temor da morte,
que ponha a longevidade em último lugar entre as bênçãos da natureza,
que suporte qualquer tipo de labores,
desconheça a ira, nada cobice e creia mais
nos labores selvagens de Hércules do que
nas satisfações, nos banquetes e camas de plumas de um rei oriental.
Revelarei aquilo que podes dar a ti próprio;
Certamente, o único caminho de uma vida tranquila passa pela virtude.
(Decimus Iunius Iuvenalis)

terça-feira, 5 de julho de 2016

Enquanto isso... Num lugar chamado Eternidade!

por H. Thiesen 


- Ei, o que é aquilo?
- O quê?
- Aquela coisa redonda e azul?
- Ah, é uma nave e se chama Terra!
- Hum! Tem tanta gente embarcando! Também quero ir!
- Não dá, você ainda não pode?
- Não posso, por quê?
- Por que você precisa de ajuda! E não é a tua hora, ainda!
- Então, você é meu amigo e me ajuda!
- Não posso, sou teu Anjo da Guarda!
- E quem irá me ajudar?
- Duas pessoas!
- Quando?
- Na hora certa você saberá!
- Por que é assim? Eu quero embarcar na nave!
- Por que as duas pessoas te darão uma cápsula, para poder viver Terra!
- Não entendi...
- Duas pessoas, papai e mamãe, elas te darão um corpo, para usa-lo enquanto estiver na Terra!
- E como eles vão me dar este corpo?
- Através do amor, que existe entre eles!
- E o que fazemos na nave?
- Concertar os nossos defeitos, colocar em prática as nossas virtudes, aprender convivência e ser feliz!
- E como fazemos isso?
- Junto com todos que estão na nave Terra!
- E eles sempre estarão juntos de nós?
- Nem sempre, depende de cada um!
- Como assim?
- Quando embarcamos na nave, alguns embarcam conosco, outros já estão lá. Outros nos acompanharão durante todo o tempo e haverá aqueles que estarão juntos de nós por algum tempo e depois poderão se afastar e juntar-se a outros na nave.
- Tem gente que não gostou, estão desembarcando!
- Não! Apenas chegou o final do passeio para eles! Chegou a hora deles voltarem para cá!
- Que chato, eu quero ficar lá para sempre!
- Não dá! Todos tem um tempo, para ir e voltar! Sempre haverá alguém embarcando e desembarcando! É a vida na Terra!
- Estou tentando entender... Pedimos ajuda para duas pessoas, ganhamos um corpo e embarcamos na nave!
- Isso!
- Algumas pessoas embarcam conosco. Algumas ficam do nosso lado e outras podem não ficar.
- Correto!
- Enquanto estamos na nave, algumas embarcam e outras desembarcam.
- Continue...
- Se vamos para lá, teremos que um dia voltar!
- É assim, você entendeu!
- Mas para que tudo isso? Não é mais fácil ficar por aqui?
- Podemos ficar, ninguém é obrigado a ir. Mas ir lá é um caminho mais curto para a felicidade!
- Como mais curto?
- Na Terra existem algumas coisas que não existe aqui e que nos ensinam a ser mais felizes.
- Explica melhor, está confuso!
- Quando estamos no corpo, nossos defeitos aparecem com mais facilidade e na Terra aparecem oportunidades para que os consertemos e nos livremos deles. Quanto mais defeitos e erros conseguirmos eliminar, mais felizes seremos! Aprendemos muito na Terra!
- Que defeitos? Como fazemos isso?
- Convivendo com os outros, aparece o ódio, o egoismo, a cobiça, a maledicência e tantos outros. Aos poucos começamos a ter paciência, a perdoar, a dar caridade e amar de verdade.
- Será que isso é difícil?
- Difícil não é, mas tem que querer aprender!
- E se não quiser?
- Fica mais difícil! As coisas complicam, se não aprender pelo amor, aprende pela dor!
- Minha cabeça deu voltas agora!
- É simples, vamos para a Terra, a fim de aprender de uma forma fácil, recusando a seguir nossos pensamentos errados, evitando deixar nossos defeitos nos dominarem. Se não for assim, nossos próprios erros e defeitos nos ensinaram, de uma forma mais difícil, sofrendo os efeitos das nossas atitudes.
- Acho que eu sei sobre o que você está falando! "Não faças aos outros, o que não queres que te façam". Não é?
- Perfeito!
- E... "A cada um conforme suas obras". Também?
- Ou resumindo tudo... Amai-vos uns aos outros!
- Se fizermos desse jeito, seremos felizes?
- Sim, é a melhor receita para a felicidade! Mas agora é melhor nós corrermos!
- Correr por que?
- Teu papai e tua mamãe, aceitaram te ajudar!

sexta-feira, 1 de julho de 2016

De repente!




por H. Thiesen 

De repente tudo começa à clarear,  as coisas que antes eram tão complicadas, vão ficando tão simples, algo que nos atormentava, se mostra sem pé nem cabeça. De repente, tudo é tão simples que assusta e problemas sem solução, solucionados estão. 
Vamos modificando os conceitos, mudando caminhos, perdendo as necessidades, diminuindo a bagagem supérflua. Com o tempo, trocamos valores e a opinião das outras pessoas, passam a ser mesmo delas e as nossas, são as nossas. Ganhamos muitas certezas e ficamos sabendo que muitas que tínhamos, não são tão certezas assim. Na verdade, abrimos mão delas, pois não tínhamos certezas nenhuma. E isso é o que importa! 
Aprendemos a não julgar, pois já não sabemos o que é certo ou errado e que ambos, se servem para nós, não serve para os outros, por que cada um é responsável pelo que resolveu experimentar.
Aprendemos que o importante é ter paz, afastar-se dos medos, zelar para que a consciência não pese e fazer o que alegra nosso coração.
De repente descobrimos que queremos viver e que antes não vivíamos, apenas existíamos.
De repente descobrimos que a vida é agora, necessariamente agora, sem adiamentos.
De repente descobrimos o sentido da vida e precisamos vivê-la, antes que ela se vá!

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Há muitas moradas...

por H. Thiesen 

Uma das perguntas que todos se fazem, sejamos ateus, cristão, islâmicos, budistas, hinduísta ou qualquer outra crença é:
- Existe vida depois da morte ou, o que acontece depois da morte?
Parece uma questão contraditória, pois morte é o final para qualquer ser vivo.
A morte é um processo natural, tanto e quanto nascer e crescer, faz parte do ciclo da vida e acontece com o envelhecimento do ser vivo e se processa nos vegetais, animais e no homem. O processo morte pode também ser acelerado em consequência de doença, acidente, violência e de catástrofes naturais ou em caso de suicídio.
A morte trás à tona o temor do desconhecido, como parte do ser humano pelo seu instinto de preservação e sobrevivência e geralmente está envolvida em mistérios, desta forma é perfeitamente compreensível o sentimento de medo quanto a ela.
Há milhares de anos o ser humano se pergunta do porquê da morte, tentando decifrar as suas razões e o que há por trás dela. Esta preocupação tem sido marcante nas tradições religiosas e na teses filosóficas, o que leva a crer que a morte faz parte da vertente psicológica humana.
Conforme a morte é entendida, dependendo da visão religiosa, do aspecto social e do grupo humano, ela pode ser compreendida desde o "fim de tudo" ao processo de reencarnação, passando pelo culto à ancestrais, ressurreição, longos períodos de sono e longa espera por um Juízo Final.
Estas diversas forma de entender a morte, influenciam a vida, os grupos sociais e o mundo, pois na maioria das crenças e mitologias a respeito dela, não aparece como um processo natural, mas como um elemento estranho ao homem, devido as referencias de um paraíso, onde ela não se fazia presente e que surgiu como resultado de um possível castigo, a um possível pecado original.
Sendo assim, é natural que o homem busque um abrigo ou uma proteção, a fim de proteger-se desse desconhecido e provavelmente perigoso destino, levando ela a procurar o seio das religiões.
Levando-se em consideração os numero atuais, a humanidade divide-se em três grandes grupos, conforme as suas crenças a respeito da morte: Aqueles que acreditam que a morte é o fim de tudo, os que veem nela a possibilidade de "uma" Vida Eterna e os que creem em vidas sucessivas ou processos reencarnatórios.
De uma maneira geral, as religiões são capazes de explicar o que acontece depois da morte, dependendo da fé falam de uma nova vida um reino espiritual, podendo ser ele definitivo ou transitório, o primeiro faz ressalvas à condenação ou vida eterna e o segundo relata uma preparação, para novos renascimentos e cumprimento de obrigações cármicas. Vemos aí, os conceitos de Céu (salvação) e Inferno (condenação) e de outro lado o de Reencarnação.
No Ocidente os conceitos católicos se fazem mais presentes, a Bíblia relata apenas uma vida corpórea e as possibilidades de salvação ou condenação e em algumas passagens, revela que a porta para a Vida Eterna está aberta para todos, basta viver de maneira correta, seguindo os princípios dos ensinamentos e o exemplo de Jesus e acima de tudo crer nele. Resumidamente, o homem vive apenas uma vez e ao morrer é julgado conforme suas ações, atitudes e pensamentos, se tiver pecados, poderá receber o perdão de Deus e ir para o Céu, caso contrário irá para o inferno. Há ainda no catolicismo a crença do purgatório, para onde alguns são enviados a fim de obterem uma segunda chance e um possível perdão, depois de algum tempo.
Conforme o Espiritismo, a morte é uma passagem para o plano espiritual, onde o indivíduo é avaliado conforme a sua última existência corpórea e analisado se cumpriu as metas que lhe foram atribuídas com base em encarnações anteriores  e assim, receberá uma nova oportunidade reencarnatória, mas antes disso será preparado para assumir uma nova vida terrena, assim terá novas oportunidades para corrigir defeitos, concertar o erros e evoluir.
Portanto, as diversas culturas podem classificar a morte de maneiras distintas e desde a antiguidade os mitos sobre a morte se fazem presentes na humanidade.
É ponto de concordância que todos os povos possuem a crença de um mundo no além morte e paralelo ao mundo físico, habitados por deuses, espíritos ou seres sobrenaturais. assim era o Olimpo na Grécia, o Asgard dos Vikings, o Nut e o Amant dos Egípcios.
Atualmente o Céu, o Inferno na maioria das religiões, principalmente para o catolicismo e o islamismo, são os conceitos mais utilizados para definir o destino depois da morte e conforme a Bíblia, segundo Jesus no Evangelho de João: - Há muitas moradas na casa de meu Pai!
Como uma terceira via, surgiu em meados de 1850 o Espiritismo, trazendo o conceito de diversas moradas espirituais, traduzidas por mundos extra-terrenos, mundos inferiores, mundos transitórios, mundos superiores, cidades, colônias e casas, para onde são levados os espíritos de desencarnados, seguindo a compatibilidade de suas energias e faixas vibratórias. Desta forma, mais do que o cristianismo ortodoxo, o Espiritismo é capaz de explicar de uma forma mais apurada, a frase de Jesus, citada anteriormente.
Necessário é, abrir-se um parenteses e traçar uma diferença entre morte e desencarne. A morte, em termos biológicos, é a cessação da atividade vitais do corpo de um ser vivo. O desencarne, em termo espirituais, é o abando do corpo físico pelo espírito que o habitava.
Vemos que há no mundo formas diversificadas de enxergar a morte e delas depende a sua aceitação pelo ser humano.
Algum tempo atrás, assisti um documentário que procurava demonstrar as origens do universo. O documentário traçava de maneira regressiva, dos dias de hoje ao Big Bang, como surgiu o Universo. Dizia ele que o princípio de tudo, falando leigamente, foi a explosão de uma partícula de energia, a qual começou a se expandir. Indo mais além, ou seja antes do Big Bang, o documentário concluía que para haver uma explosão, deveria haver uma causa, pois a Física exige isso. Foi relatado então, uma das mais novas descobertas da ciência, vulgarmente chamada de Partícula de Deus ou Bóson de Higgs, conhecida também como anti-matéria ou matéria negativa. Porém se uma entrar em contato com a outra, se consomem mutuamente, mas isso não acontece significativamente no Universo, por que a matéria positiva possui uma carga infimamente superior e que lhe trás uma maior estabilidade sobre a matéria negativa.
Explicando melhor e em termo mais claros, tudo o que existe é matéria positiva, originado da matéria negativa. Exemplificando grosseiramente, ao cavarmos um terreno plano, de um lado fazemos um buraco e do outro um morro com a terra que tiramos dele, porém a compactação do morro nunca será igual a do terreno que o originou.
As Ciências desvendaram praticamente tudo o que existe no nosso Universo, ou seja, sabemos tudo sobre o  "morro", sobre tudo o que é criado com a matéria positiva. Mas falta a ela desvendar o que é essa novíssima matéria negativa. Sabemos agora que ela existe e até já a usamos em aparelhos de Tomografia de última geração, como o PET SCAN, mas o que é, o que ela comporta, como ela é e por que ela existe, o que há dentro do buraco?
Talvez seja essa a matéria do lado de lá, é o que realmente existe do lado além-morte e por que não pensar que finalmente a ciência começou a descobrir uma das muitas moradas na casa de meu Pai!

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Enquanto os anos passam...

por H. Thiesen

Cada ano que passa, deixa um pouco dele e leva um pouco de nós. 
Na verdade o que importa, com o passar dos anos, não é o que você fez, onde você chegou, mas o que você fará e para onde irá!
Cada ano que passa e a maturidade que adquirimos com ele, no traz a certeza de que é impróprio nos comparar com os outros, mas que é melhor nos compararmos com o que podemos ser. E, que essa maturidade que adquirimos com o passar dos anos, tem mais a ver com as nossas vivências e o aprendizado que as nossas experiencias nos trouxeram, do que com o número de velinhas que apagamos. Porém, é preciso entender que o ambiente que vivemos e as circunstâncias que se apresentam possuem grande influência sobre nós, mas de qualquer forma, somos responsáveis por nós mesmos.
Os anos passam e aprendemos que ignorar os fatos não altera as suas relevâncias, que quando plantamos tristezas a felicidade é colhida em outro lugar, que temos que agradecer por não ter tudo o que queremos e que, acontecimentos sem importância são os que tornam a vida especial.
Com o passar dos anos tornamos realidade alguns sonhos, e deixamos de lado outros, alguns eram meros caprichos e desnecessários, outros importantes, mas que se faziam difíceis demais.
Com o passar dos anos cometemos erros e ao longo do caminho aprendemos que o único modo para evitá-los é adquirindo experiência. E tal experiência, nos moldará com o tempo.
Pelo caminho dos anos e anos à fio, aprendemos que a verdadeira caminhada está na memória que cultivamos no nosso íntimo e naquela que externamos, para que os outros lembrem de nós. De novo, a experiência nos ensina para que cultivemos boas lembranças e através dela façamos amizades verdadeiras, pois algumas vezes tudo o que precisamos é de uma mão estendida e de um ombro para chorar, que nos farão a diferença nos momentos difíceis.
Com o passar dos anos aprendemos que a vida é feita, também, de obstáculos e desilusões, no entanto é preciso prosseguir.
O passar dos anos nos ensina que se quisermos acertar, precisamos estar preparados para absorver nossos erros e que a felicidade é continuidade, uma busca incessante de grandes motivos nas pequenas coisas.
Nosso aprendizado nunca termina, a lição não finda e precisamos sempre fazer o tema de casa.
E pelos anos que passam, aprendemos que não existe uma só parte da vida que não contenha lições.
Tudo o que precisamos é ter coragem, acreditar, seguir e continuar tentando.

domingo, 19 de junho de 2016

Quem somos?

por H. Thiesen 

Quem somos nós? Eis uma pergunta difícil de ser respondida, com convicção principalmente, se pensarmos um pouco mais.
Somos de fato humanos? E, o que é ser humano?
Bem, acho que ser humano é.... Não, não, não! Nos definimos pelo “achismo” e pela nossa aparência física, parecida com a do homo sapiens sapiens, sim sapiens em dobro, descendentes do homo sapiens, mas diferente dele e guardando apenas o elo que, a bem da verdade, não é um elo, uma vez que o nosso DNA  é diferente do dele. Sendo assim, somos uma evolução do homo-sapiens?
Segundo a teoria evolucionista somos descendentes dos símios, e antes disso, dos répteis (vamos pular a parte das aves, por que algumas amigas não gostarão disso), mas antes, dos peixes e anfíbios, e bem antes, bem antes mesmo, da ameba.
Seguindo esta teoria evolucional percebemos que há certa relevância, afinal quem nunca ouviu falar de “jararacas”, adjetivo para certas mulheres, mais conhecidas por sogras, ou, cavalos, nome dado a certos homens sem nenhuma sensibilidade, sem falar de porcos, vacas e outras espécies de humanos muito estranhas, espécies que se reúnem em grupos e atacam uns aos outros sem motivos nenhum, incompreensíveis para os acadêmicos, contudo objeto de intensos estudos de cientistas. Talvez, esses humanos estranhos, tragam algumas reminiscências dos antepassados contidas no DNA. Mas, como previam os espiritualistas, apareceriam novos tipos, mais evoluídos e vegetarianos, dessa forma vemos por aí a mulher maçã, mulher pera, mulher melancia, nada contra, afinal estamos no terceiro milênio, uma nova era, novos tempos e novos seres humanos.
Porém, o que a ciência revela é que deveria existir um elo perdido. Afinal diferenças genéticas do homem sapiens da caverna, é de quase 1%, para os seres humanos atuais, mas são diferenças ínfimas, posto que, do homem moderno para o macaco rhesus as diferenças são quase as mesmas, portanto, não é possível afirmar, com certeza, que nos originamos dos macacos. Ou será que somos macacos ainda,  uma espécie diferente, mas que acha que pensa? O que leva a deduzir que a teoria evolucionista está errada, quando procura pelo "elo perdido"! Que o homo sapiens não conseguiu sobreviver e somo nós o “famoso elo” e que, o verdadeiro “ser humano” ainda está para surgir sobre a superfície terrestre, ou simplesmente surgir do nada, já que da nossa descendência é difícil sair alguma coisa melhor.
Por que?
Por que nos definimos superiores aos macacos, ora, somos “inteligentes”! Mas inteligentes, como assim?
Por que o homem atual criou ferramentas, carros, aviões, computadores e tantas outras lambanças! Tá e daí? E daí que paramos por aí em evolução. O homem também criou armas, bombas atômicas, vírus de laboratório, e de tempos em tempos faz uma guerrinha, terrorismos e assassinatos para diminuir a população. Porém, os animais não são capazes de proezas como estas. Talvez seja por isso que somos humanos e superiores. Alguém dúvida? Sem falar nos suicídios ou, alguém já ouviu falar em macacos suicidas, porcos suicidas ou qualquer outro bicho suicida? Claro que não, somente com cérebro de minhoca, e mesmo assim, nem as minhocas se suicidam!
Os animais matam uns aos outros, mas por necessidade, os carnívoros por exemplo, tipo homens-leão que adoram uma carne, crua mesmo com bastante sangue. Já os seres humanos são mais inteligentes, usam armas poderosas como rifles HK-47, aviões bombardeiros, bombas incendiárias, misseis, sem saber realmente quem estão matando. Isto é a inteligência e a evolução que nos faz ser modernos e muito mais inteligentes que os animais! Claro, não comemos carne de outros, não praticamos canibalismo, somos bem mais espertos.
Segundo a Teosofia esta atual raça de seres humanos é um tipo o elo perdido mesmo, está longe de ser considerada humana, ainda é muito mais animal do que imaginamos. Os verdadeiros seres humanos ainda estão por vir e habitar sobre a face da Terra, tipo “kryptonianos”, com capacidades incríveis, duros como aço e visão de raio-x, extremamente rápidos, quase indestrutíveis, mas com senso de humanidade, amor ao próximo e a tudo que os rodeiam!

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Tempestade

por H. Thiesen 

Mesmo que o tempo se arme e fique batendo água
E as águas que ele trás sejam sobre ti
Na noite em meus ombros te darei casa
Longe das sombras te abrigarei junto de mim
Mesmo que haja raios e tempestade
e a viração se transforme em estopim
Galopo contigo no xucro da ventania
Até o céu se abrir e encontrar um jardim
Faz muito tempo que eu ando em sossego
Mas sempre serena para um desafio
Sou amazona teimosa, também bravia
E não me entrego pra nada, luto até o fim
Monto nas asas do vento e acalmo com ousadia
As águas que desabarem sobre as tuas várzeas
Na mesma ronda que o tempo deságua
Quem tem um rumo não se perde à caminho
Bota o mundo nas costas e saia pela estrada
Sabendo que a fé é o teu clarim
Mesmo que a chuva desabe na tua estrada
Junto contigo eu sempre estarei
Se o temporal é difícil faz dele o sustento
Que a coragem aumenta e desfaz o que é ruim
Depois que a a tempestade passar
E o tempo feio for embora
Pela tua luta já pagaste o preço
E sobre teu corpo encharcado o céu irá se abrir
Pega carona no vento da nova bonança
Pois  tudo não há sem valer a pena
Veste a tua esperança e arruma o teu tino
Porque todo vendaval vem e também vai
Saiba que eu sempre estarei contigo
Em cada passo e pisada
Pechando ao teu lado o feio do tempo
Até ele abonançar e o temporal passar
Se na tua estrada a tempestade se armou
É por que através dela tens que passar
Mantenha a calma e contigo eu também vou
Com serenidade descobrir a lição que Deus mandou!

Confie, tudo sempre dá certo!

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Caminho e Vida

por H. Thiesen 

Sempre tive dúvidas se os caminhos que sigo, são realmente os meus? Foram largas passadas, longa caminhada até aqui. Sob o sol, debaixo da chuva, no início do dia e no final da noite, no claro e no escuro, as vezes andei devagar e de outras rapidamente.
Tive muitas certeza e também muitas dúvidas, dei passos em falso, muitas vezes sonhei, em outras tantas, com passos firmes, lutei, chorei e sofri! Por esse longo caminho, trilhei alegrias, tristezas, vitórias e derrotas.
Mas sempre...
A cada manhã me pergunto:
- De onde vem esta força?
Que me impulsiona todos os dias, desde quando abro os olhos pela manhã, até ser vencida pelo sono à noite? De onde vem esta força, que me faz levantar depois de cada tropeço, que me faz vibrar depois de um sonho realizado? De onde vem esta força, que me faz prosseguir quando o mundo desaba sobre as minhas costas ou desmorona ao meu lado? De onde vem esta força, que mesmo quando sofro, distraída... me pego cantando? Que força é esta, que depois que tudo desaba, me faz levantar e olhar para trás e pensar, sofri por tão pouco? Que força é esta, que no meio do sofrimento, me dá a certeza que passa? E... passa!
Já pararam para pensar? Que força é esta que no meio das tristezas é capaz de trazer felicidade, mesmo que por poucos momentos, mas sim... sorrimos e cantamos no meio dos piores pesadelos.
Não me chame de louca, me chamem de Vida, por que vida é tudo, alegria e tristeza, ganhar e perder, lutar, trabalhar e aprender. Se quiserem me chamem de Energia, por que energia é a dureza da rocha, a resistência do aço, a abundância da água, a maleabilidade do ar, a claridade da luz. Sou Vida, a mesma que existe em vocês. Sou Energia, a mesma que possibilita você existir.
Que força é esta, que mesmo quando tudo e todos faltam, é capaz de me fazer viver sozinha os momentos mais felizes?
E esta força me faz perguntar todos os dias:
- Será que os caminhos que sigo são meus?
Até que um dia eu entendi.
Sim, é claro que são, pois nós somos os nossos caminhos e não adianta procurá-los, por que estão dentro de nós. Entendi que cada um é uma estrada e por esta estrada levamos pessoas, nela enxugamos lágrimas e afastamos espinhos, as nossas e a dos outros. Daí é que vem esta força, é a Vida e a Energia!
Somente entendi o meu caminho, quando me dei conta do que é esta força, que me move por ele.
Meu caminho me leva à somente um lugar e o ornamento desta estrada, flores ou espinhos, depende de mim, depende do que eu faço. O destino deste caminho, sou eu! Eu sou o caminho, o destino e o peregrino!

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Amor ou paixão: Bate coração!

por H. Thiesen 

Tanto nos perguntamos se há realmente diferença entre amor e paixão? São eles parte um do outro, ou apenas caminham lado à lado?
Ah... A paixão! Uma fera interna, selvagem, sem freios e sem limites, que pode nos levar para lugares indescritíveis, experiências incríveis, que nos leva para o alto e ao desconhecido, mas é capaz de nos arremessar tão longe e com tanta força, que sequer abrimos os olhos e temos consciência da queda.
O amor? 
O amor pelo contrário, nos faz transitar por terreno conhecido, sem passos em falso e por caminhos cheios de emoção e com a certeza de que tudo dará certo, mesmo que os resultados da caminhada não sejam os esperados, porque ele nos deu entendimento.
O amor é uma força que purifica, dá segurança de uma forma ímpar, que muitas vezes julgamos perdida. 
O amor sacia, é como um porto seguro onde aportamos e descansamos, cansados da briga diária. 
O amor não tem fórmula certa. Se constrói com o tempo, se adapta as diferenças de cada um e desfaz mitos. É um sentimento que perdura. A válvula motora que impulsiona eternamente o homem.
A paixão, inicialmente parece ser mais intensa e, nos faz busca no outro o que não temos ou perdemos, na maioria das vezes, reflete as nossas imperfeições, fazendo-as fluir e se externarem. Mas, afinal, não são os dois sentimentos partes desse mesmo "ser" que se chama "humano"? 
Sim é claro! Mas possuem as suas diferenças!
A paixão pode ir embora tão rápido quanto chega e acontece várias vezes na vida. Pode acontecer por um olhar, por um desejo ou por qualquer coisa capaz de dar prazer e de nos levar ao céu por pequenos instantes, até mesmo um hobbie novo que não conseguimos largar. Isso mesmo! A paixão não é apenas carnal, aquele que brota das entranhas clamando pelo sexo como necessidade, é também um sentimento que clama para conseguirmos o que almejamos e para conquistarmos objetivos. Afinal, ninguém é de ferro, para viver sem conquistas! Mas a paixão é egoísta, nos faz desejar muito mais do que podemos, ela pode nos fazer cometer loucuras!
O amor é o sentimento que dosa tudo isso! Se nos amamos, manteremos os pés nos chão e passamos a conquistar com lucidez, evidenciando o que temos de melhor. O amor nos dá apoio, quando os buracos das crises, que emanam das nossas paixões, não conseguem se fechar. Consequentemente, o amor nos leva à razão!
Com o amor temos tranquilidade e sabedoria, a falta dele a nos impulsionar, pode nos levar a uma franca derrocada dos nossos objetivos.
Basicamente, na vida somos impelidos por grandes amores e pequenas paixões! Justo é que os grandes se sobreponham aos pequenos!

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Crônica do Além

Na infância, eu já me preocupava com o que pescava das conversas dos adultos. Mesmo quando metida nas brincadeiras de criança, a vida me preocupava profundamente. E não era apenas uma preocupaçãozinha! Não! Eu colecionava preocupações diversas, a maioria nada a ver comigo, mas com pessoas que eu amava.
Porém, isso não significa que eu não tenha me divertido muito e passado devidamente pela fase infante, muitas foram as brincadeiras, as traquinagens, as chineladas nas nádegas, as reinações e as brigas com os amiguinhos!
O fato é que eu percebia coisas que meus amiguinhos de infância não percebiam, porque estavam fazendo o que deviam fazer: brincando e sendo crianças. Essa habilidade em vasculhar e prestar atenção no que não me dizia respeito, levou-me a ser um ótima contempladora de além, e a compreender melhor as situações realistas e diretas. Até hoje, com mais de trinta e cinco anos, minhas amigas me surpreendem com revelações sobre nossa infância e adolescência. Não são poucas as situações que aconteceram e não vivi, apesar de estar presente. Claro, eu me distraí completamente da realidade nua e crua, das conversas diretas da vida naquela época, especializando-me em profundidades e preocupações futurísticas. E por mais que eu ache, que isso foi-me bem melhor do que a outra opção, não faz sentido algum aos que me cercam.
Contemplar o além me faz escutar mais do que os outros gostariam de dizer. Mas isso, de maneira nenhuma, não é inventar sentimentos ou reescrever a biografia de outras pessoas, como uma revista de celebridades, é somente um prestar atenção que segue adiante, que não se satisfaz apenas com o que é oferecido e que está na cara.
Obviamente, contemplar o além me ensinou a questionar, a pensar mais, não ficar esperando, mas agir, mas não por impulso, enquanto os outros ficaram ou ficam apenas prevendo o que poderá acontecer!
Ser contempladora de além me ensinou a ser fria e calculista, nada me passa despercebido. Ser contempladora do além me ensinou a ser espiritualista, avaliar o certo e o errado. Ser contempladora do além me ensinou a escrever, algo sempre me foi uma precisão de dizer coisas que não cabem em lugar nenhum, a não ser na imaginação. 
Enfim, ser contempladora do além me ensinou a dosar a vida e a pensar no que virá depois dela, não que isso seja crucial para mim, mas tenho certeza que será para quem ficar por aqui! Pois de mim ficaram somente as lembranças e faço de tudo para que sejam boas e que se lembre de mim pela dignidade que tive.
Ser contempladora de além não me fez somente para viver o presente, nem para viver de memórias e lembranças, mas para me jogar na tempestade, mesmo quando, exteriormente, a paz pareça reinar e  para encarar a vida de frente.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Eu sou assim!

por H. Thiesen 


Sou assim, humana,
com defeitos e virtudes,
Vivo intensamente,
cada momento em plenitude,
Luto, eu sempre luto,
porque lutar é buscar a vitória,
mesmo que o caminho,
seja repleto de obstáculos,
eu não desisto, não me acovardo,
tropeço, mas levanto,
Tenho objetivos e sonhos.
Objetivos são para serem alcançados!
Sonhos para serem realizados!
Adoro a liberdade e sou livre
para prosseguir o meu caminho
para analizar meus erros
e saber por que errei
para compreender os meus acertos
e continuar a repeti-los
Sou livre para resignar-me às mágoas
e desenvolver em mim o perdão
Sou livre para absorver as derrotas
e erguer-me dos escombros
Sou livre para saber vencer
e prosseguir com humildade
Sou livre para ver derrotados
e estender-lhes a mão
Mas, não sou livre
Não sou livre para ver injustiça
miséria, fome e sofrimento,
angústia e desespero
e ficar de braços cruzados,
sem ao menos oferecer o ombro
Eu sou assim,
livre, mas presa
alegre e triste
Sou apenas uma humana
Que vive os sentimentos
que vive para amar
e ama para viver!
Eu vivo assim,
para quando o inverno da vida chegar
e a luz no fim do túnel eu avistar
eu possa inflar o peito e dizer:
Eu vivi e não me arrependo!