sexta-feira, 29 de março de 2013

Felicidade

por H. Thiesen 

Entre os seres vivos que habitam o Planeta, chamado Terra, o ser humano é o único que acredita que é infeliz e passa a maior parte da sua vida tentando ser feliz. 
O ser vivo, conhecido como humano, é o único que pensa não ser nada e vive tentando ser alguma coisa. Qualquer outro ser do reino animal, nasce, assume a sua natureza, vive e morre. Se agissem como humanos com certeza seriam totalmente insatisfeito, passariam o tempo se queixando, lamentando as suas vidas atribuladas e ameaçadas constantemente pelos seus predadores e esses, da mesma forma, talvez se queixando da comida escassa, mas ambos, tentando se transformarem em outros que julgassem ter vida melhor. Um cão, nasce cão, vive a vida de um cão, morre como um cão e durante o tempo todo, não tenta ser um pássaro. Com certeza, nunca haverá um gato tentando ser em um leão, mas infelizmente não podemos dizer o mesmo do ser humano. O humano quer sempre ser maior do que pode, se é pobre quer ser rico, se é rico quer ser milionário, se é empregado, quer ser o chefe, se é o chefe, quer ser o diretor e, para ele nada basta, nunca está satisfeito, nunca está feliz.
É lamentável este modelo de felicidade, que se aprende desde criança e que é idealizado pela mídia em geral, que mostra a felicidade como sinônimo de posse, de escalada social, de consumismo e, que faz acreditar que este modelo de felicidade, é real, que vale a pena persegui-lo e ir atrás da família perfeita, do marido e da esposa perfeita, do emprego perfeito, do salário perfeito, do amigo perfeito, da saúde perfeita, da casa perfeita e tantas outras coisas perfeitas, que quando conquistadas, são capazes de ruir em instantes.
Como poderá existir perfeição, se tudo o que existe é construído por seres humanos imperfeitos e insatisfeitos com tudo e com todos. É um erro acreditar que a perfeição é uma das causas da felicidade, pois problemas, conflitos e atritos existem e são naturais.
Não existe perfeição, existe sim, a tolerância aos erros e defeitos, seja em qual situação for, na família, no trabalho, nas amizades e nos diversos relacionamentos.
Vida perfeita existe, somente se a tolerância se fizer presente e o ser se contentar em nascer, crescer, aprender, multiplicar e morrer. Vida perfeita é aquela que o ser a aproveita da melhor forma possível, resignado com as suas possibilidades, mas que busca o seu crescimento de forma consciente. O problema é que o consumismo vigente, demonstra que a felicidade pode ser comprada, que feliz é quem que pode comprar, quem pode subir socialmente, que pode vestir uma roupa da marca X ou Y, que pode andar em um carro caro e de último tipo.
O que dizer então, de quem fica imensamente feliz quando ganha uma roupa usada, por não ter com o que se vestir. Isso não é felicidade?
Não existe saúde perfeita, mas saúde temporariamente equilibrada. Todos os seres vivos irão morrer um dia, de doença ou por uma fatalidade. Estar doente não é infelicidade, porque é absolutamente natural. Se sobreviver às doenças e às fatalidades que fazem parte da vida, na velhice com absoluta certeza, não há como escapar à doença ou à falência de órgãos e morre porque é natural morrer. A velhice chega porque o seu corpo aos poucos deixa de funcionar, e funcionava antes porque um dia, ele precisa morrer e deixar espaço para outros que já nasceram e outros que nascerão.
Felicidade não é feita de ilusão, é feita de verdade.
Felicidade é aceitar que a verdade é simples, que um dia nascemos e em qualquer outro dia partiremos, mas vivemos sem deixar que as mentiras nos ensinem e guiem durante a vida.
A vida é muito simples, mas para que facilita-la, se é bem mais fácil dificulta-la!
Ser feliz é muito simples, nós é que complicamos!

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Provação Coletiva

por H. Thiesen 

A morte é difícil de ser enfrentada, pois é vista como mistério, muitas vezes como um equívoco ou injustiça de Deus. Todos nós temos compromissos perante as Lei que regem o Universo.

Quando alguém morre, nos sentimos tomados por um sentimento de perda e dor, pois gostamos daquele pessoa que nos deixou e desejávamos que continuasse vivendo conosco. Porém, a morte, juntamente com o nascimento, é a única coisa certa na vida, nascemos e um dia morreremos. Além disso, a morte está entre os acontecimentos normais da existência de todos, partem jovens e velhos, sadios e enfermos, justos e injustos. 
Somos criados para o entendimento da morte, conforme o nosso entendimento religioso, acreditamos na morte como uma separação definitiva e dolorosa e um possível destino, mal ou bom, para quem partiu e a partir disso envolvemo-la em mistérios, dor e dúvidas, pois acreditamos que vivemos uma única vez.
A morte deve ser tratada como natural e antes de ser um fim, um novo recomeço e uma volta aos laços de origem, desse modo, nos tornamos capazes de entender que a morte, é o encerramento de uma missão, de um aprendizado e que outras oportunidades virão, novas missões, novos aprendizados. Começamos a entender que aquela pessoa que partiu, terminou a sua missão conosco, que é chegada a hora de prosseguirmos sozinhos, pois isto nos é necessário. 
Por outro lado, a Lei de Causa e Efeito, rege a vida e a morte de maneira sublime, sem deixar rastros à injustiça e dá a cada um o que lhe é de necessidade e merecimento, na medida certa para o seu aprendizado. Nesse sentido, a morte torna-se uma lição, tanto para os que se vão e para os que ficam.

As grandes comoções que ocorrem na vida trazem sempre enormes perguntas, por parte daqueles que desconhecem a “Lei de Causa e Efeito” e as possibilidades de vidas sucessivas. Por isto, nos momentos de dor, confusão mental e de dúvidas terríveis, questiona-se o próprio Criador: Por que Ele permitiu uma coisa dessas?
Esses acontecimentos, chamados catástrofes ou tragédias, como por exemplo, acidentes aéreos, marítimos, rodoviários, ferroviários ou incêndios, atos terroristas, que ocorrem e vitimam uma quantidade ou grupo de pessoas, muitas delas sem se conhecerem entre si, com famílias inteiras, uma cidade inteira ou até em uma nação, não são punições divinas. Muitas vezes sabemos que em eventos assim, há pessoas de longe, que não deveriam estar naquele lugar, mas estavam no lugar errado e na hora errada. Vemos, ouvimos e sabemos, que muitos sucumbiram, que muitos foram capazes de atos heroicos e como heróis se juntaram ao que sucumbiram no evento, outros estavam naquele lugar para se salvarem e para salvarem vidas. Damos o nome a isso de destino e fatalidade, seja qual for a razão que originou o evento. Não se pode negar que possa haver a fatalidade, pois ela também acontece algumas vezes.  No entanto, ao que se refere à mortes em grande número, em um mesmo evento, isso não é o mais comum. Geralmente são resgates coletivos que várias pessoas, juntas, precisam passar, tanto as que morreram ou as que sobreviveram a ele.
Se analisarmos esses fatos unicamente pelas causas humanas, poder-se-ia chegar à conclusão da má sorte ou azar. Entretanto, quando se compreende que no evento se agrega a lei de causa e efeito e o princípio das vidas sucessivas, tudo toma um outro sentido, passamos a entender que nessas mortes em grande número, há um encontro marcado de Espíritos que foram protagonistas de equívocos em outras passagens e que na atual estada na Terra, estão zerando as suas pendências.
Toda ação que praticamos, boa ou má, recebemo-la de volta. O passado é a origem do nosso presente, ou seja, o que somos hoje é um reflexo do fomos ontem.Se o pensamento vale individualmente, por que não valeria coletivamente? A isto, damos o nome de provação coletiva.
A provação coletiva é a convocação de Espíritos encarnados no instante de uma tragédia ou catástrofe, participantes de mesmo delito ou semelhantes, praticados no passado longínquo. Pode-se citar como exemplos de delitos, as Cruzadas, a Inquisição, as Guerras, os extermínios em massa, os atentados terroristas e outros, uma enormidade de violências e absurdos praticados contra o ser humano, em que todos os participantes se envolveram e somente se livram das suas dívidas e responsabilidades, quitando-as.
Mas por que só agora, numa data tão distante? Perguntarão muitos. Simplesmente por que, como Espíritos em aprendizado, vamos adiando por várias encarnações as expiações, até que haja o entendimento necessário à respeito da importância desse tipo de resgate. Muitas vezes, quando há a compreensão, o próprio Espírito errante pede permissão para cumprir o que é necessário para seu adiantamento.
O importante é que o próprio Espírito assume, antes de reencarnar, um compromisso com o propósito de resgatar seus débitos. André Luiz, no livro Ação e Reação, deixa claro: “Nós mesmos é que criamos o carma e este gera o determinismo”.
Durante a hora do desencarne coletivo, a Espiritualidade Superior, com o conhecimento prévio dos fatos, providencia equipes de socorro para a assistência aos Espíritos que retornarão ao plano espiritual, dando-lhes a assistência imediata e confortadora, pois mesmo que o desencarne coletivo ocorra identicamente para todos, individualmente, a situação dos traumas e do despertar no plano espiritual, dependerá da evolução de cada um, mas nenhum fica sem amparo.
Há aqueles que escapam minutos antes dos eventos coletivos, por não precisarem passar por essa situação.   É por isso que muitos perdem o avião, o trem, o ônibus, ou por outro motivo qualquer não estavam presentes. Há aqueles que estavam presentes no evento, mas escapam "ilesos", pois necessitavam passar pela lição e repensarem. Há aqueles que estavam presente e escaparam com inúmeros ferimentos, quase ficaram à beira da morte, suas lições para repensarem necessitavam de maiores enfases.
Não cai uma só folha da árvore sem que Deus saiba! Daqui não sairás até que pagueis o último cetil! Com certeza, as mortes coletivas é generosidade de Deus para com seus filhos, pois permite-lhes o melhoramento e aperfeiçoamento através de sua renúncias e experiências na Terra, dando-lhes oportunidade para o aprendizado necessário.